Solidão Afinco
Estou asfixiado de solidão
É como sentir a dor da saudade
Um coração perdido de amor
Vai invadindo em formas tristes
Incompreensões mórbidas
Dói, como perder um irmão
Mata aos poucos, severamente
Vai implantando uma penumbra
E a esperança parece uma bobeira
Um sonho talvez, de outrora
Solidão é uma prisão
Castiga mais que uma perda
É viver livre, submisso ao desespero
Quer-se viver, mas não consegue
Quando pensa que está feliz
Logo o despejo da dor a renuncia
Solidão, é a morte em vida
E quando mais se tem
Perde-se tudo, desde um singelo
Ao grande quem: feliz
Solidão, é um silêncio afogado
Gritando por um abraço
Um aperto de mão
É fome, sede e infinitas
É rezar pela felicidade e viver pela raiva
Quem pensa que a solidão é fácil
Não entende que uma bobeira qualquer
É mais aconchegante que um nada
Não sabe o entender, nem o falar
Só quem a tem, sabe às vezes chorar
Aos mais fortes, um pouco de sorrir
Persistir é mútuo a última gota de esperar
Por fim, solidão por si, é isolar-se
Sem ver, perceber ou desejar
Involuntário do ser, tristemente "ser"