Sonhos outonais

Há dentro de minh`alma

vidas tantas

umas loucas, outras sacrossantas,

poucas delas perto de mim

tantas outras tão longe.

Sonhar é-me mais real que tudo

e o rítmico absurdo do cotidiano

acorda-me desacordando a vida.

Ó liberdade, quem és?

Queimas os meus olhos,

vives apenas no papel

quando descortino meus discursos

fora deste mundo

onde habito com os meus sonhos.

E assim vôo,

como anjo poderoso de mim

entre um cego e dois querubins...

depois de tudo.

Há dentro de mim

as flores de algum jardim

e as pétalas de algumas flores descachadas

nos outonais pedidos

que fiz à vida.