O mármore e o mal-estar civilizatório

É fato o marmóreo transfigurado

homem que te tornaste, moderno,

arrebataram-te forças narcísicas,

espelhos midiáticos no esperado

êxtase furtante de um inferno

loquaz de cruzes metafísicas

mergulho necessário o interno

a um sonho tão profundo

que de fantástico tornam-se místicas

peças de carro ou artísticas,

alhures jamais vu crime hediondo

será ver-te perdida, existência,

entre pomares de essência,

em fome e sede abstratas, "arcaicas",

rendida, pétrea, serás memória

conflitante, sem vontade própria?

Solidão, rainha de agrestes áridas

almas, teu trono comprometido

de encontro a um juízo corrompido,

trincado, irá ceder à loucura

de nonsenses viramundos

os lapsos, então, não mais profundos

magnetizar-te-ão a uma pura

viagem consciente surreal

o que não é uma gota de "mal"

à essa "ética" pós-moderna?

Pedra quebrada menor

que seja a Prometeu eterna

vingança em prova de amor

trazendo um pouco sabor

a desertas, em tantas águas

mergulhadas, acorrentadas

feito danças em poços de mágoas,

inquietas feito filme em nossas vidas

"Prazer, sejam bem-vindas!

Deliro, saltimbanco, nas casas

Sou vagas e oportunidades

que deixaste, sou rezas

em vão que oraste, serei

terrores ou felicidades

Dê-me a mão, este é o mundo,

o universo e seu cosmo

ou escolhe ser corrompido

ou te entrego ao marasmo!"

Dr Niedson Medeiros
Enviado por Dr Niedson Medeiros em 08/07/2017
Código do texto: T6048820
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