Andarilho sem nome.

Pesadas nuvens sobre a cidade

Nuvens escuras e sombrias

Apressadas elas choravam

Choro de morte.

Lágrimas sem fim

Correndo para todos os lados

Inundando ruas e avenidas

Rios na selva de concreto.

A cidade dos apressados

Não se importa com isso

Com nada aliás

Exatamente nada.

Lá estava ele

Olhar fixo para o céu

Sem nome

Sem destino

Sem esperança

Sem o direito de viver.

Lá estava ele

Caminhando solitário

A beira daquela avenida alagada

Quando de repente

Surgiu no horizonte

Um carro vermelho desgovernado

Foi tudo muito rápido

O andarilho sem nome estava bem ali

Quando o motorista bêbado

atropelou-o fugindo em seguida

Estendido no chão molhado

Ninguém veio ajudá-lo

Sua vida foi levada

Lentamente pela água da chuva.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 04/07/2017
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