A saga do SER sozinho
Viver sozinho...
Há que se extinguir essa frase
posto que sozinho, a vida sequer existe
O sozinho preenche o seu redor de assíduo vazio
Então : "o viver " e "o sozinho' não se combinam ,não coexistem
O ser sozinho tão somente ocupa um espaço qualquer
Sendo um mero corpo acolhido no âmago do que se pressupõe mais soturno
Uma vez que a aurora da vida nunca o acolhe em sua s dimensões
(E sim o faz tolhido )
O ser sozinho, como digo
Ele ele não vive sozinho
ele está sozinho
Ele fica sozinho
Ele se enraíza (edifica) à plena solidão
Menos no verbo infinitivo "viver"
O ser sozinho é ponto fora dos desígnios do destino
Este no seu palco infindo não contempla o canto
Sua extensão revestida de copiosa vida ignora o canto
No canto o qual o ser sozinho claudica a cada alvorecer de um não -viver
pois mal sustenta o corpo vagante a esmo
Decerto um alicerce tênue para vencer o tempo presente
E quiçá sustentar a esperança num horizonte além...
O sozinho não sonha viver
porque o cativo canto lhe é insuperável
O ser sozinho descrê que possa esperar algo
E sem a tal esperança... o caminho do ser sozinho não cresce
(impetuosamente se subdimensiona) a cada hesitar
E assim, há de se fazer esquecido na ínfima redoma
Basta o o mais débil suspiro ...
E assim lhe seja o perfeito ensejo à desgraça
onde o canto se transforme em ruínas
cavando-se a condenação: o próprio fim