Redenção?

Eu não gosto das peças que a mente me prega,

do que os remédios fazem em minha sobriedade,

dos tremores que minhas mãos apresentam,

todos disseram que ficaria mais leve,

que abrir o coração faria a dor sumir,

mas tudo ainda parece tão pesado,

conduzindo-me para a beira do precipício,

como se nada pudesse mais me salvar,

sentindo o redomoinho dragar o resto de sanidade,

esperando apenas minha alma se evadir...

Eu achei que a terapia curaria o que o tempo não pôde,

porque tudo precisa ser tão pesado?

porque essa vontade de correr sem parar?

porque os espelhos gritam de volta ao meu reflexo?

tudo deveria ser mais simples quando escolhemos a redenção...

Eu não gosto dos desenhos que faço nas paredes,

parece que a loucura me persegue em todos os recantos,

os mesmos fantasmas que assombram meus sonhos,

todos disseram que ficaria mais leve,

que deixar os sentimentos fluírem diminuiria a pressão,

mas tudo ainda parece tão pesado,

guiando-me pelo fio da navalha,

como se meus cárceres fossem infinitos,

absorvendo a escuridão que apaga minha bondade,

esperando apenas uma brecha para sumir do mapa...

Eu achei que a terapia curaria o que o tempo não pôde,

porque tudo precisa ser tão pesado?

porque essa vontade de nadar sem parar?

porque o vento sussurra condenações eternas aos meus atos?

tudo deveria ser mais simples quando escolhemos a redenção...