Sorte

Vestígios de cinza no chão da tarde,

Despetaladas as rosas alçam vôo

Pássaros gorjeiam em alarde

Mistério e aroma em pleno gozo

Quando o vento derruba a esperança

O cachorro que morre aos poucos,

Na infinita certeza da bonança

Amor e ódio em gritos roucos

São brumas, são azuis e verdes os reflexos

Da água que corre e percorre,

O leito do rio ,que mata a sede e a fome

São roxos os olhos do menino,

No soco da vida,o açoite,

Da minha janela, margaridas

Lá fora, mendigos ...e toda sorte.