continuam, continuam

as guitarras choram
em impetuosas noites
de calor solitário.
pais sonolentos,
distantes dos sentimentos
que seus filhos carregam
longe ou perto de casa
querem saber como nós
estamos, e querem nosso
bem, mesmo que nós
não saibamos o custo
de cada respiração
ofegante, em cada corrida
que damos
nos distanciando ainda
mais do sol.
o apelo grita,
machuca ter que
segurar essas palavras,
só que a dor seria
pior
se déssemos a elas
a liberdade?

o bater das asas desses
pássaros
me parece cansativo,
mas não vejo uma
saída
de continuar sentado
envelhecendo
como a terra que piso
querendo estar ao lado das
nuvens.
Cleber Junior
Enviado por Cleber Junior em 05/06/2017
Reeditado em 06/06/2017
Código do texto: T6018941
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