ESCOMBROS EXISTENCIAIS
Amo, mas o amor se distanciou de mim,
Ele me premiou com a doce abstração,
Fazendo-me conviver com a amada solidão,
Crendo em meu ser que este é meu fim.
E assim me recolho, isolado no sertão,
Observando as flores em outros jardins.
E sigo alimentando a minha antagônica ilusão,
Caminhando em dores em direção aos confins.
Vejo o fim de minhas aventuras,
O cansaço como meu confidente,
Mostrando-me que não mais sou inocente,
E que em ruínas estão minhas estruturas.
A alegria fixou-se em algum lugar do passado,
E por ironia, a solidão e a dor são caminhantes.
As estradas empoeiradas deixam meu rosto petrificado,
Enfraquecendo a minha essência, outrora dominante.
Cada vez mais em direção ao norte me torno clandestino,
Perdendo a esperança de um dia poder voltar.
A minha força se perde nas estradas do destino
E semelhante às folhas ao vento vou me deixando levar.