Reverso
noite, corpo pálido.
amontoada alma inerte.
desejos, sonhos nus e inválidos.
nas ruas, mortos vagam reluzentes,
cheios de gozo e espasmos.
olhar sépia vencido,
demasiado de coisas que não precisa carregar.
a mão ampara hortênsias no caminho,
amenizando a vontade de gritar.
sempre torto, sempre à beira do abismo.
estrelas brilham em busca da redenção.
sumido da sociedade, incógnita.
há um passatempo que controla o coração,
bate fundo, dói, bate na porta,
o crepúsculo vem dançar comigo na solidão.