Reverso

noite, corpo pálido.

amontoada alma inerte.

desejos, sonhos nus e inválidos.

nas ruas, mortos vagam reluzentes,

cheios de gozo e espasmos.

olhar sépia vencido,

demasiado de coisas que não precisa carregar.

a mão ampara hortênsias no caminho,

amenizando a vontade de gritar.

sempre torto, sempre à beira do abismo.

estrelas brilham em busca da redenção.

sumido da sociedade, incógnita.

há um passatempo que controla o coração,

bate fundo, dói, bate na porta,

o crepúsculo vem dançar comigo na solidão.

Leomas Hercules
Enviado por Leomas Hercules em 27/05/2017
Código do texto: T6011042
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