Solidão
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Solidão
O instante uno,
no qual me percebo só,
enche-me de esperança.
Por saber
que o tempo é incessante;
as noites também;
por entender
que a face angustiante
não nos afasta
de ninguém.
O silêncio dos meus poros,
longe do suor dos teus,
reveste-me de arrepios.
Sinto os uivos dos teus dedos;
o cio dos meus desejos;
perto de mim,
o que silencio, por ora,
é apenas o ensaio da comunhão.
Ah, silente noite!
Gritos eu quero, breve sermão!
Da solidão,
a perspectiva que tenho
é otimista...
Não sofro
por ausências temporárias.
Da vida,
não quero felicidades refratárias
- Tudo o que quero é ser feliz!
Ser dama, comedida...
Mas,
para aquele que merecer,
também ser
a meretriz.
Nijair Araújo Pinto
Crato, 25 de maio de 2017.
00h08min
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