A DOR ALVISSAREIRA

A Flor Apresenta: A dor Alvissareira

Ela?

Dor em pessoa.

Ela? Dor.

Infinda

inesgotável

inacabável

Você?

Não sabe,

Não sente,

Não entende.

Não há julgue.

Ela olhou os pulsos,

o punho,

e o punhal.

fez sangrar a navalha e substituiu sua dor.

Trouxe da sua quarta cinzenta e fria,

Calor e agonia.

Antes orações e velas acesas.

Trancada,

armada,

no banheiro de casa.

Ela sujou de vermelho e dor o chão.

Jamais quis o fim de ninguém,

E jamais fez isso por alguém,

nem a morte

só substituir a dor que estava ali,

presa.

Em prantos ela profanou o encanto, amaldiçoou sua dor passada.

Em pratos ela ouviu um canto que vinha de sua alma.

"...È só hoje e isso passa, só me deixe aqui quieta isso basta, amanhã é outro dia...

Eu nem sei porque me sinto assim, vem de repente um anjo triste perto de mim e essa tarde que não passa, e meu sorriso sem graça.."

Enfim ela sentiu outra dor e esqueceu por instantes as agulhas que fazem sangrar sua alma.