A CASA VAZIA

A CASA VAZIA

Vento frio corta a noite como faca cega

Ando pela cidade escura, entre arvores.

As esquinas apagadas e as cercas vivas

Compõem a paisagem silenciosa e noturna

Cruzo um riachinho através de uma ponte

Eu hoje me sinto só e estou tão sozinho

Até o branco de minha camisa já desbotou

O casaco já pesa toneladas sobre os ombros

Eu atravesso assim sem pressa essa avenida

Chamada de vida, assim selvagem e crua.

Amor você não imagina quanto tempo andei

Não adianta me perguntar o que não irei falar

Na rua frases soltas chegam a meus ouvidos

Amor, você não imagina o quanto te quero!

Mesmo tão distante você já tem um lugar

Garantido aqui dentro de meu coração.

Meu cão segue meus passos apressados

O casal de namorados me olha curioso

Meu cachorro fareja o ar e me arrasta

Pego as chaves e abro a porta da casa

Aquele que um dia já foi o nosso lar

Olho em volta atordoado assim com tudo

E as lagrimas caem como chuva grossa

Pois mais uma vez estou só no mundo

LUIZÃO BERNARDO

Seropédica – RJ

18/ 08/ 2013