pisando nas rosas
"existem maneiras mais rápidas de
se matar," ela dizia quando eu
expressava desejo em fumar um
cigarro.
"existem maneiras mais rápidas de
se matar," a frase ecoava em minha
cabeça. claro, o suicídio hoje em
dia não parece tão poético como
já foi nas mãos de Shakespeare ou
Kurt Cobain.
o inaceitável fim, quem disse que
não podemos determinar sua
chegada? nos tempos que vivo ele
é uma incógnita. mas digo isso sem
saber como ele era no milênio
anterior. temos os livros de
história, que infelizmente não nos
contam os números. temos relatos
de sobreviventes, que infelizmente
omitem a verdade.
"existem maneiras mais rápidas de
se matar," os não fumantes e não
alcoólatras também morrem, e isso
também não é nobre. a não ser
que seja audacioso, como alguns
acham que deve ser, na lama de uma
guerra, onde flores não
nascem mais. mas não, não
há honra nisso. na vida talvez há,
mas na morte não existe. a luz se
apagará e o caixão descerá.
"existem maneiras mais rápidas de
se matar," aquela voz ainda ecoa
nas noites que não consigo dormir.
seria esse meu fim? meu reflexo no
espelho está cansado das mesmas
perguntas sem respostas. a
baforada, o cansaço de encarar
olhos fundos, olhos de um zumbi
que se alimenta do ócio, mas que
morre de fome com o tédio.
"existem maneiras mais rápidas de
se matar," e os cachaceiros? as
moscas de bar? aqueles que antes
do boteco abrir já estão esperando
o dono, aqueles que nunca veem o
fundo do copo. exatamente. eles
ainda não morreram. e precisa de
tempo. e precisa de sorte. que luta
maravilhosa eles têm levado, você
não acha? dia após dia brigando
uma batalha que será perdida. eles
sabem disso, claro que sabem. a
graça em ser um humano é essa.
nós sabemos da derrota. aceitar é
outra coisa.
"existem maneiras mais rápidas de
se matar," eu penso muito sobre
essa frase agora. e acendo um
cigarro me perguntando se ele irá
me matar antes desse amor.
como se chorar fosse a única
maneira
de demonstrar sofrimento.
"existem maneiras mais rápidas de
se matar," ela dizia quando eu
expressava desejo em fumar um
cigarro.
"existem maneiras mais rápidas de
se matar," a frase ecoava em minha
cabeça. claro, o suicídio hoje em
dia não parece tão poético como
já foi nas mãos de Shakespeare ou
Kurt Cobain.
o inaceitável fim, quem disse que
não podemos determinar sua
chegada? nos tempos que vivo ele
é uma incógnita. mas digo isso sem
saber como ele era no milênio
anterior. temos os livros de
história, que infelizmente não nos
contam os números. temos relatos
de sobreviventes, que infelizmente
omitem a verdade.
"existem maneiras mais rápidas de
se matar," os não fumantes e não
alcoólatras também morrem, e isso
também não é nobre. a não ser
que seja audacioso, como alguns
acham que deve ser, na lama de uma
guerra, onde flores não
nascem mais. mas não, não
há honra nisso. na vida talvez há,
mas na morte não existe. a luz se
apagará e o caixão descerá.
"existem maneiras mais rápidas de
se matar," aquela voz ainda ecoa
nas noites que não consigo dormir.
seria esse meu fim? meu reflexo no
espelho está cansado das mesmas
perguntas sem respostas. a
baforada, o cansaço de encarar
olhos fundos, olhos de um zumbi
que se alimenta do ócio, mas que
morre de fome com o tédio.
"existem maneiras mais rápidas de
se matar," e os cachaceiros? as
moscas de bar? aqueles que antes
do boteco abrir já estão esperando
o dono, aqueles que nunca veem o
fundo do copo. exatamente. eles
ainda não morreram. e precisa de
tempo. e precisa de sorte. que luta
maravilhosa eles têm levado, você
não acha? dia após dia brigando
uma batalha que será perdida. eles
sabem disso, claro que sabem. a
graça em ser um humano é essa.
nós sabemos da derrota. aceitar é
outra coisa.
"existem maneiras mais rápidas de
se matar," eu penso muito sobre
essa frase agora. e acendo um
cigarro me perguntando se ele irá
me matar antes desse amor.
como se chorar fosse a única
maneira
de demonstrar sofrimento.