Modo Avião
Se eu morresse agora, com que máscara atuaria a sua saudade?
Se eu morresse agora, o quão rápido irá esvaecer sua dor?
Se eu morresse agora, se descobrir que o fim, realmente, cessa o fim…
Você me chamaria de idiota, de pé, te aguardando nos portões do infinito?
Amaldiçoado na incerteza de pequenos detalhes
A corrosão penetra na crença do intocável
E me torno artificial em seus braços
Os desgastados lápis, as sombras noturnas
O vício se dissipa, a chegada instantânea da ausência
Ainda resta amor nos ecos enfraquecidos de nossas mentiras?
Se espiar uma de suas cicatrizes, quantas vezes notarei que precisou de mim?
Se tivesse acelerado o desacelerador, seríamos incinerados pelo núcleo do sol?
Você me chamaria de prisioneiro enquanto caminha na ponta dos pés, indo embora sem que eu acorde?
Se eu me arrependesse antes, com que punhos socaria o chão?
Se não desabar durante, deleto seu rosto, agora, inexpressivo?
Se depois o silêncio emergir, você aceitaria chegar sempre em segundo?
Você me chamaria de idiota, de joelhos, encantado pela função da borracha?
Se eu morresse agora, bem agora…
Você consertaria?
Ser forte é o esquecimento do erro de esquecer?
O amor nos sacaneia, novamente…