Lá de cima
Procuro na lentidão dos meus passos,
Dar voo as minhas asas e, lá de cima,
E como águia, em caça, mira a vítima,
Buscar a vida nos sentidos escassos.
E nesta escassez de todos os sentidos,
Vão se as certezas diluindo a luz do dia,
E todo dia, nos pensamentos indefinidos,
A essência em cada verdade se esvazia.
Na abundância das incertezas revividas,
O tempo assinala a aurora que se limita,
E a alma capta as imagens deformadas,
Inundando o peito com nostalgia infinita.
E aqui do alto, acima, as asas se recolhem,
Tímidas, apoiadas nas mãos que tremem!!
MAReis