Horas que se fazem solidão...
Sandra M. Julio
Num interstício do tempo
Entrego-me aos braços da noite...
No estuário da saudade
Onde deságuam minhas buscas...
Vejo-te nas margens do amanhecer,
Quando as estrelas comigo respiram tua ausência.
Lágrimas, salgam oceanos
Onde flutuam naus de desejos.
Refugio-me nas pálpebras do horizonte,
Na mudez dos astros, que silenciam promessas...
Afluindo perguntas e anseios.
Na pretensa serenidade de um cais esquecido n’alma.
Atracam na vigília dos sonhos, meus versos,
Correndo no contra fluxo do teu sorriso,
Velejando pausas...
Perdidas na sinfonia das águas,
Onde navega meu coração...
Entre arestas das tolas horas,
Que se fazem solidão.
Sandra
19/03/05