REFLEXÃO EM PENUMBRAS CINÉREAS

Recolho-me na penumbra do quarto,

Acompanhado pela doce solidão,

Que está sempre comigo, mesmo quando parto

A caminho do subsolo, fugindo da ilusão.

Da janela observo almas perdidas vagando

Sem destino, fingindo felicidade,

Sem propósitos, anestesiadas, se tutelando,

Enganando-se e desprezando a valiosa saudade.

Em minha existência a vagar por precipícios,

Envolto pelas decepções de um coração em dor,

Tento evadir-me em um jardim de singela flor,

E fugir da realidade que se mostra sem sentido.

Mas o meu ser, está a vagar pelo sertão do destino,

Com um caminhar cansado e com a face cinérea,

Tentando sobreviver aos dias de dores e inércia,

E caminhar em direção ao jardim de doces carinhos.

Vicente Mércio
Enviado por Vicente Mércio em 28/03/2017
Código do texto: T5954312
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