REFLEXÃO EM PENUMBRAS CINÉREAS
Recolho-me na penumbra do quarto,
Acompanhado pela doce solidão,
Que está sempre comigo, mesmo quando parto
A caminho do subsolo, fugindo da ilusão.
Da janela observo almas perdidas vagando
Sem destino, fingindo felicidade,
Sem propósitos, anestesiadas, se tutelando,
Enganando-se e desprezando a valiosa saudade.
Em minha existência a vagar por precipícios,
Envolto pelas decepções de um coração em dor,
Tento evadir-me em um jardim de singela flor,
E fugir da realidade que se mostra sem sentido.
Mas o meu ser, está a vagar pelo sertão do destino,
Com um caminhar cansado e com a face cinérea,
Tentando sobreviver aos dias de dores e inércia,
E caminhar em direção ao jardim de doces carinhos.