MINHA MALETA

Por favor pegue ali a minha maleta

Dentro tenho papel e também

Minha caneta.

Quero escrever o que sinto

Mas não sei se tu vai entender.

Tu sabes minha amiga

Que a nossa vida é feita de guerra e paz

Como também é cercada por gente

Que infelizmente não sabe o que faz.

Por favor pegue ali a minha maleta.

Dentro eu tenho papel e também

Minha caneta.

Quero escrever por onde andei.

Quero dizer que tive muita fartura

E nada me faltou.

Hoje está tudo diferente.

A minha vida mudou completamente

Sendo um pobre desconhecido

No meio de tanta gente.

Pegue ali a minha maleta.

Lá tenho o papel e a caneta.

Quero escrever e sei que tu irá entender.

Vou dizer que tenho uma vida maravilhosa

Mas no mesmo tempo, tenho vontade de morrer.

Peque ali a minha maleta

Trago com ela papel e caneta.

Vou escrever caso me autorizar.

Queria muito aqui ficar.

Só que na verdade tenho que ir embora

Pois sei que chegou a minha hora

E não adianta mais implorar.

Abre a minha maleta.

Não sei, mas acho que o papel acabou.

Queria escrever da paz e do amor.

Só que não posso mais, pois tudo pra mim terminou.

E agora como passou da hora sou obrigado

A deixar a minha maleta de lado

Ficando só com as minhas poesias

Que nunca me deixaram abandonado.

Sei muito bem que com alguma queria ficar.

Mas deixe o tempo passar e vos lhe garanto

Que em qualquer canto um pedaço de papel

Todo amarelado e rabiscado irão encontrar.

Será um pedaço da minha vida

Que em forma de versos talvez terá algum valor.

Mas quanto a isso pouco estou importando

Pois o que me interessou foi o papel

Que a minha caneta rabiscou.

E a minha maleta com carinho todas elas abrigou.