O Casebre
Um casebre tão pequeno
Só visto por quem aceitava o descaminho
Não tinha fechaduras, nem maçanetas
Para abrir a porta bastava empurrar de leve
Veriam uma mesa posta
Quitandas a se fartar
Da fome que consome,
O corpo da d'alma
Bastaria servir-se
Sentado ao lado da chama, crepitando na lenha do fogão
Um céu açucarado acima
Uma nata de estrelas
Tão poucos ali chegaram
Muitos menos abriram a porta
Quase ninguém provou,
A maioria voltou para o caminho
Perdeu-se o casebre
Deitado no colo do infinito