DE NOITE
De noite, sentindo a cama vazia
Saio por aí a te procurar.
As ruas estão desertas e sinistras.
O vento sopra veemente
Varrendo paralelepípedos e passeios,
Lançando no ar milhões de partículas
Misturadas com folhas secas e papéis.
Vago pelas artérias como um zumbi,
Chamo desesperadamente teu nome
E como sempre tu não respondes.
É tarde da noite, muito tarde.
Tudo é silêncio e solidão.
Nenhuma vivalma, nenhum animal noturno,
Ousam percorrer as artérias como fantasmas
Me fazer companhia neste momento de aflição.
De repente, meu coração bate acelerado,
Estou na porta de tua casa,
Debaixo da tua janela.
No interior tudo é silêncio e escuridão.
Sussurro apaixonado teu nome,
Assobio tua música preferida,
Mas tu não ouves,
A janela não abre,
A luz não acende...
Me envolvo em pensamentos:
Tu estás dormindo,
Deves estar sonhando
Um sonho lindo de amor.
Quem será teu príncipe encantado?