Os dois Pierrôs
O Pierrô,
a Colombina,
um salão extremamente belo,
Um crime!
O carnaval passou cheio de graças e fantasias,
quanto amor, quanta alegria,
e o crime impune nos fez chorar sob a saudade.
Vi na máscara pintada do pierrô
Descer a lágrima entristecida,
um amor cheirando à despedida,
a fuga de alguém sem festa e sem máscara.
Amei-a há tantos séculos,
beijei há apenas um instante...
e a morte fria e serena, que pena, num rompante,
levou-a, para sempre, dos meus braços.
Calar-me-ei a todos os foliões,
abraçarei, dos comuns, seus brasões,
mas outro carnaval, jamais,
nem que no salão eu a reveja
e o crime, seja da ficção, apenas meu retrato,
sem beijos, sem abraços,
apenas nós; Pierrô e Colombina,
já que a matei!