Tua alma poeta
Não te dou o direito
de tocar minha solidão
se nas madrugadas
regadas de silêncio
foi o meu corpo
que sofreu
ausências tuas
não te dou o direito
de tocar a minha face
se foi ela palco
de tantas lágrimas
de saudades
não te dou o direito
de me falar de amor
se tua boca e tua voz
repousaram em tantas
outras moradas
não te dou o direito
de me afagar os cabelos
se foram eles
o disfarce perfeito
na camuflagem
das minhas tristezas
não te dou o direito
de me fazer poesia
se na tua alma poeta
ainda é de vento
a fome que te alimenta