SE ESTÁTUA EU FOSSE...

No meio da noite mais escura fico ouvindo o silêncio.

Fico imóvel como se fosse uma estátua.

Estátua de sal?

De açúcar que se derrete à chuva?

Não, uma estátua de mármore.

Linda estátua que na noite fria não se arrepia com o orvalho.

Ah, quem dera que estátua fosse!

Gelada, fria.

Insensível.

Não me importando com o vento.

Com o silêncio...

Ah, quem me dera!

No meio do dia viriam pássaros pousar nos meus ombros.

E uma borboleta ousada sobre meu nariz descansaria.

Insensível em meio ao barulho eu ficaria.

No meio da noite só posso pensar.

Uma estátua me imaginar...

Esperando o dia nascer.

Esperando a tristeza passar.

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 03/08/2007
Reeditado em 07/04/2011
Código do texto: T591042
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