SE ESTÁTUA EU FOSSE...
No meio da noite mais escura fico ouvindo o silêncio.
Fico imóvel como se fosse uma estátua.
Estátua de sal?
De açúcar que se derrete à chuva?
Não, uma estátua de mármore.
Linda estátua que na noite fria não se arrepia com o orvalho.
Ah, quem dera que estátua fosse!
Gelada, fria.
Insensível.
Não me importando com o vento.
Com o silêncio...
Ah, quem me dera!
No meio do dia viriam pássaros pousar nos meus ombros.
E uma borboleta ousada sobre meu nariz descansaria.
Insensível em meio ao barulho eu ficaria.
No meio da noite só posso pensar.
Uma estátua me imaginar...
Esperando o dia nascer.
Esperando a tristeza passar.