NOITE...
A noite cai lentamente
pensativa e insolente
Disputa com a chuva fria
seu reinado de euforia
Chega de cara amarrada
escondendo a lua encantada
Pássaros se calam nos ninhos
e lá fora apenas um burburinho
Daqueles que buscam abrigo
e sofrem correndo perigo
Mas a noite é companheira
abre os olhos alvissareira
O coração acabrunhado
tranca-se no peito calado
E o som que se ouve ao longe
badala em sinos de bronze
Acordando a alma aflita
que não questiona, apenas grita
Grita de medo da noite
que faz do sono um açoite
Que incherido e mal criado
apenas ri,e continua acordado
Nos candelabros dourados
sai das velas, um fogo amarelado
Que ilumina um rosto sisudo,
num canto da sala, alheio a tudo!