Sem Tempo
Nas superfícies:
A luz que apunhala
Os olhos em convulsão,
A umidade estéril
Do sexo desbotado
E a futilidade
De um sorriso fossilizado.
No vazio das veias:
O sangue volátil,
A fluidez mimética
Da estupidez emparedada.
E, louca,
Ao perceber que não nascera,
O útero em argila fustigado,
O anacronismo da história
[cristalizado,
A tentativa inútil de abortar o tempo
Que nunca lhe pertenceu.