Sem Tempo

Nas superfícies:

A luz que apunhala

Os olhos em convulsão,

A umidade estéril

Do sexo desbotado

E a futilidade

De um sorriso fossilizado.

No vazio das veias:

O sangue volátil,

A fluidez mimética

Da estupidez emparedada.

E, louca,

Ao perceber que não nascera,

O útero em argila fustigado,

O anacronismo da história

[cristalizado,

A tentativa inútil de abortar o tempo

Que nunca lhe pertenceu.

Fábio Vasques
Enviado por Fábio Vasques em 05/02/2017
Código do texto: T5903066
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