ALBA

ALBA

Se de oculto olho da terra jorra

Fonte que, alegre, chora,

E se há mãos que morrem de sede

Enquanto carregam água

À boca sedenta de outra boca,

Quem haverá de saber

Onde começou

E quando acabará seu fio

Enleado na roca

Que vai girando teimosa incansável fuso?

Mas o que seja infinitude

Entende quem fica a olhar estrelas:

Até depois do fim,

Essa luz prossegue

Viajante pelo escuro do céu

E vem acender de cintilâncias

Quem é sempre densa noite

À espera de uma aurora

No olhar de quem lhe dará

Amanhecida inteiramente

A própria vida.

Edvaldo Rofatto
Enviado por Edvaldo Rofatto em 07/01/2017
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