janela noturna
a chuva conversa lá fora
por dentro a madrugada
afoga
pensamentos inquietos
gastam o chão
a vidraça acolhe a chuva
como se pra matar a sede
de um deserto
o vento trás a poesia solitária
de voz e violão
endeusando a noite molhada.
a ponta de um cigarro imaginário
risca a rua nas mãos de um vulto
que se abriga em lembranças
aquecendo alma
para o corpo frio da madrugada