REFLEXÕES EM RIMAS PERDIDAS
Tenho assentado minha existência em metáforas,
E hoje me percebo perdido, envolto em ilusão,
E vagando sem destino pela poeira seca do sertão,
Distancio-me cada vez mais da feliz aurora.
Os meus passos não são meus, foram influenciados,
Traçados em estradas alheias e em vontades externas,
Que hoje me condenam a uma peregrinação eterna,
Fazendo meu coração cada vez mais um ser amargurado.
A esperança se esvai num horizonte em tempestades
E vejo em fuga no sentido oposto, a felicidade,
E em meu coração vejo o recital das rimas do meu fim.
Em meu vagar devaneio-me com rimas não lidas,
E delas tento extrair esperanças para seguir pela vida,
E encontrar a essência que germinará o meu jardim.