DEPENDÊNCIA
A tua distância já não toca mais o meu ser, e
a saudade agora desabrocha com mais suavidade.
Minha alma sofrida consegue manter-se viva...
A tua falta me toca, mas já não me fere,
porque minha espera por ti já morreu,
e o medo de te perder fugiu de mim; é absoleto.
Como a cascata cansada de derramar-se sobre as pedras.
Agora no píer de solidão do meu eu ferido,
já não existe lugar para atracar teu desdém,
para doer quando aportar.
No meu coração agora existe um mar calmo,
com gaivotas rabiscando o horizonte.
A dependência ainda dói, mas olho para o alto e vejo a luz,
então ela foge, foge, foge...
A solidão e a tristeza que vivem comigo,
e não eram assim antes de te conhecer.
Perderam a sanha de me açoitar, mantendo-me dependente
desde que te conheci à vez primeira.
Ainda sofro, às vezes não.
Mas a liberdade ganhei,e estou alcançando
a tão sonhada paz
Porque estou esquecendo que você existe,
e o quanto me faz chorar.
Salvador, novembro de 2016.
Barret.