Solidão, Minha Amante

Solidão, Minha Amante

Nunca estou só no universo,

Que corro como viajante,

De fatais paixões, ou de amores

Perdidos no tempo e em versos,

Ávidos dos choros e das dores,

Tenho Solidão por amante.

Juntos em dossel da Saudade,

Geramos filhas de incerteza:

Dor, de beleza lancinante,

Nessa tez de infelicidade,

E de porte altivo, Tristeza

Escura, qual noite mutante.

E teu ventre, Solidão, cresce,

De Vilania, Raiva, de Traição,

De Lágrima, Fuga, de Perda.

E de outros filhos mais acresce,

Tenho por amante, Solidão,

Porém de mim, nenhuma herda.

Infeliz amante, perdida

Neste sonho de desespero,

Que pesadelo te cativa?

Teu braço, de espada erguida,

Ferirá de golpe severo

Poetisa que eu eleja diva.

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Poeta sem Alma
Enviado por Poeta sem Alma em 16/11/2016
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