Trovoadas
Sabe, aquela solidão
que aperta o peito,
desarvora a gente
e deixa sem jeito ?
Sabe, aquela tristeza
que nasce devagar
e que de repente
está em todo lugar ?
Sabe, aquela falta,
aquela muda agonia
de saber-se longe
o que se queria ?
Por isso essas trovas,
trovoadas sem água,
ecoando no sêco;
estéril peito, mágoa!