Nunca fui "princesa"
Eu queria ser aquela que lhe desperta os olhos sem precisar me desejar. Queria ser uma moça sem culpas, sem carregá-las em todo lugar.
Eu queria ser desejada como uma flor a desabrochar. Feito pétala de rosa, admirada sem ter que a tocar.
Não me resta escolhas a não ser fugir ou me esquivar. Meu corpo vale mais que minha mente. Por que será?
A outra não passa, não sente o que estou a falar. Se for pra me terem como "sonho de moça" tenho que me desdobrar.
Eis que tantos talentos de nada vem a me adiantar. Em meio às tantas dádivas divinas, o "Mas..." estará.
Sabe aquele sonho de moço que assistiu Disney quando guri? Não sou eu a moça doce que ele não quer ferir.
Para mim não é dado pudor. Ora, pisa-se no capim antes de se alcançar uma flor.
A flor não sou eu. Se sou, tenho pétalas de mau-me-quer. De ímpar em ímpar, suspeitarei do primeiro que vier.
Queria saber o que há em mim de diferente assim. O veludo das rosas ou macio do cetim?
Será que só os sirvo nos campos ou na cama? Será que não terei um Par a dizer que me ama?
Amor serve de isca para tentar atrair. No fundo eu era só mais uma para o distrair.
Ainda me perguntam: - Que mal há em mim? Dizem que de tudo reclamo, que nem sempre é assim.
Por se tratar das minhas dores então eu me calo. Só Deus sabe das coisas que não falo!
Maísa C. Lobo
01:21 14/09/2016."