Carne minha
Carne minha
Entranhas do meu ser onde ocultas
A dor que inquietas minha alma
Do raiar do dia nem sequer para
Ao anoitecer atormenta-me
A noite com astúcia aos poucos Machuca em silêncio o meu ser
Não peço Socorro fico inerte
Soluço choro não há conforto
Vejo pelo prisma das minhas lágrimas a dor do meu triste passado rasgar essa carne
Donde inala o fétido odor
Do seu prazer deixado por
Maldade pra que jamais
Um dia possa te esquecer
Imploro entranhas minhas
Sangra sangra sangra
Joga tudo fora não guardas nada
Que nessa sangria dessatada
Leve consigo todo resquício
Daquela que um dia fora minha amada hoje apenas o motivo que degenera o corpo a alma o coração que um dia a amou por total
E imperativa devoção
Entranhas minhas que tu degeneres
Que escorras dos ossos
Que não reste mais nada de ti
Que no fim de tudo aos ossos
Amostra que eu tenha a certeza
Que o amor a pureza a felicidade
Não sejas ilusão que não fique
Presas a matéria perdida nesse mundo mas ao chegar ao outro lado possa ser a elevação da alma
Ou a passagem pra fugir dessa prisão tão afligida do meu pobre ingênuo coração.
Ricardo do Lago Matos