Carne minha

Carne minha

Entranhas do meu ser onde ocultas

A dor que inquietas minha alma

Do raiar do dia nem sequer para

Ao anoitecer atormenta-me

A noite com astúcia aos poucos Machuca em silêncio o meu ser

Não peço Socorro fico inerte

Soluço choro não há conforto

Vejo pelo prisma das minhas lágrimas a dor do meu triste passado rasgar essa carne

Donde inala o fétido odor

Do seu prazer deixado por

Maldade pra que jamais

Um dia possa te esquecer

Imploro entranhas minhas

Sangra sangra sangra

Joga tudo fora não guardas nada

Que nessa sangria dessatada

Leve consigo todo resquício

Daquela que um dia fora minha amada hoje apenas o motivo que degenera o corpo a alma o coração que um dia a amou por total

E imperativa devoção

Entranhas minhas que tu degeneres

Que escorras dos ossos

Que não reste mais nada de ti

Que no fim de tudo aos ossos

Amostra que eu tenha a certeza

Que o amor a pureza a felicidade

Não sejas ilusão que não fique

Presas a matéria perdida nesse mundo mas ao chegar ao outro lado possa ser a elevação da alma

Ou a passagem pra fugir dessa prisão tão afligida do meu pobre ingênuo coração.

Ricardo do Lago Matos

Ricardo Matos
Enviado por Ricardo Matos em 13/11/2016
Reeditado em 02/04/2017
Código do texto: T5821823
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