ESSA SOMBRA QUE ME RONDA...
Ao sair... ao entrar... ao parar
Seja dia, seja arrelia
Seja noite, seja calmaria
Essa sombra que me ronda
Me interpela num açoite
Me persegue incessantemente
Me acompanha sempre impertinente
Me ilude com as vicissitudes alhures
Calcanhares que atormenta todo ser
E assim essa sombra que me ronda também me assombra
E faz isso a “zilhões” de anos
Faça chuva, faça sol... até no arrebol
Riste, lá ela está sempre a me deflagrar
Na soleira de todas as portas
Nas intempéries dessa subvida
No assaltar de pagamentos e dívidas
Nos cadafalso que me rechaça
Nos lugares onde me perco, me procuro e não me acho
Na cabeceira da cama...no fluxograma da minha existência
Nas histórias que eram pra ser de amor,
mas que onde de fato pouco se ama
Nas coisas do dia a dia que me consome
E destrói... de uma forma que dói... rói, corrói, mói...
E no final não sobra nem vilão nem super-herói.