Alma esmagada

Escapou-me a alma em alguma lágrima,

E não tenho a menor ideia de como continuar a viver sem ela...

Algumas vezes sou orgulhoso de mim mesmo,

outras não sei quem é esse que me olha no espelho...

Eu durmo todas as noites

A pensar que não posso viver.

E acordo todas as manhãs

Sabendo que gosto da ideia de me ver viver...

Todos os dia sento-me na minha cadeira e vejo a vida passar...

Ela parece não me ver,

É como se minha máscara à frente me tornasse invisível...

E assim transparente a observo.

Desfila diante de mim, de todas as idades,

De todas as cores, de todos os pesos e de todas as alturas;

Sozinha, acompanhada, em par ou em grupo...

Vejo-a falar, ouvir música, rir, chorar. Para nas esquinas,

Olha para o céu, olha entre si, ela olha para mim,

Na verdade olham através de mim,

Porque sou completamente invisível para ela...

E desde essa invisibilidade que me dera,

Eu gosto de vê-la passar,

Acho que aprendo com cada coisa que vejo...

Invisível, mas algo me perturba muito

A cada dia enquanto a vejo passar na minha frente...

Gostaria de poder descobrir, mas é impossível,

É como se alguém me agarrasse a alma,

No entanto isso não é possível

Não há ninguém que me veja a olhar para ela...

Talvez só eu me dou o conta...

Ou talvez é alguém que se possa ver ,

Ou talvez sentir.

Talvez não seja a esmagada alma,

Talvez seja apenas a falta de um abraço...

Vil Becker
Enviado por Vil Becker em 05/11/2016
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