Alma esmagada
Escapou-me a alma em alguma lágrima,
E não tenho a menor ideia de como continuar a viver sem ela...
Algumas vezes sou orgulhoso de mim mesmo,
outras não sei quem é esse que me olha no espelho...
Eu durmo todas as noites
A pensar que não posso viver.
E acordo todas as manhãs
Sabendo que gosto da ideia de me ver viver...
Todos os dia sento-me na minha cadeira e vejo a vida passar...
Ela parece não me ver,
É como se minha máscara à frente me tornasse invisível...
E assim transparente a observo.
Desfila diante de mim, de todas as idades,
De todas as cores, de todos os pesos e de todas as alturas;
Sozinha, acompanhada, em par ou em grupo...
Vejo-a falar, ouvir música, rir, chorar. Para nas esquinas,
Olha para o céu, olha entre si, ela olha para mim,
Na verdade olham através de mim,
Porque sou completamente invisível para ela...
E desde essa invisibilidade que me dera,
Eu gosto de vê-la passar,
Acho que aprendo com cada coisa que vejo...
Invisível, mas algo me perturba muito
A cada dia enquanto a vejo passar na minha frente...
Gostaria de poder descobrir, mas é impossível,
É como se alguém me agarrasse a alma,
No entanto isso não é possível
Não há ninguém que me veja a olhar para ela...
Talvez só eu me dou o conta...
Ou talvez é alguém que se possa ver ,
Ou talvez sentir.
Talvez não seja a esmagada alma,
Talvez seja apenas a falta de um abraço...