Homo in Tempus

São tantas dores

De quais deveria me abster?

São tantos temores

De quais deveria me resguardar?

São tantas pragas

Contra quais deveriam meus lábios rezar?

São tantos calos

Nos pés, nas mãos.

Na mente da gente também.

São dilemas da vida que não cessam.

São problemas em massa que nos atingem

Feito chuva no fim da tarde,

Forte e incessante.

Chove forte de madrugada

E os problemas continuam

Onde a luta descansa.

No final venceremos?

O verbo interroga o homem.

O homem interroga o espelho.

O homem dentre o espelho interroga ao tempo

Quando vencerás?

O tempo conversa com o velho.

E o homem velho conversa com o tempo.

Antigos amigos na estrada da vida.

Quanto tempo ainda nos resta?

E a resposta vem quando a vida finda.

E as sementes plantadas

São germinadas e regadas

Pelas gerações que ficam.

Heranças de mortais.

Pais e filhos.

Gerações...

Girassóis a rodear o sol.

A levantar na hora do sol

A se deitar na hora da lua.

E todo dia é dia de luta.

E todo dia é dia do trabalho.

Todo dia é dia do homem.

Todo dia é dia da luta.

É dia do pão.

É dia da vida.

É dia da morte.

É dia do enfado.

Da alegria.

Da tristeza.

Das cousas vãs.

Das cousas cabíveis e incabíveis.

E tem a hora dos pesadelos.

A hora dos sonhos

No momento que vem o sono

Na hora de deitar.

E na hora do dia da morte.

É o momento em que tudo finda.

O homem e sua rotina

Na cova a de deitar.

Para desta vida maltrapilha

Poder descansar.

E ainda fico sem saber...

Qual a hora do tempo?

Continuo sem respostas

Nesta hora apática

Em que o poema,

Nesta noite cálida,

Sobre as páginas do caderno

Se finda em agonia,

Com o poeta mergulhado no caos

De sua melancolia fria.

Lápis Lazulli
Enviado por Lápis Lazulli em 31/10/2016
Código do texto: T5808791
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