ADORMECIDA
Quero me sentar na varanda
Sob a sombra das roseiras
Dentre fresca brisa faceira
Adormecer
Ou fazer de conta.
Fechar os olhos
Nada desejar ouvir
Nem mesmo o meu nome
Que alguém intente insistir
Quero em balanço me sentar
E enquanto a calma balança
Em doces pensamentos
Numa órbita vaguear
Quero ver o teu olhar
Na tua fase de conquista
Insolente, audacioso, ardente
E eu num suspiro, num arfar
Ensaiando um sorriso nos lábios
Desses momentos recordar
E se uma lágrima rolar
Vai rolando tal e qual
Pois o vento certamente
Sabota-a e leva-me!
Tira-me tal dolência
E em velha sensatez
Me faz voltar.