Meu silêncio.
Que triste são as horas sem ênfases. As paredes são surdas, e não me ouvem. Por finos fios sustento uma existência vazia. É quanto mais falo menos me revelo, o passado ecoa feito um turbilhão, avassalador e frio , grotesco cabedal de idos tempos. Preso a ele me devoro, me devasso; sou por ele violado, minhas palavras se perdem na dúvida da certeza absoluta e eu, que nada sou ou pouco represento perco-me em cada beijo perdido, em cada carinho não retribuído. Me calo e me devoro sob a luz de teu silêncio.
JAlmeida.