Um Zaratustra sem destino
Entrevejo a noite,
das persianas,
frestas solitárias,
suspiro de término,
mente confusa,
dia se pondo,
coração partido,
sonhos perdidos,
ilusões desfeitas,
lágrimas rolando pela face,
o que eu seria,
o que eu faria,
o que eu poderia,
se você estivesse aqui...
Seguindo marcas passadas,
sombras em cavernas de Platão,
como um Zaratustra sem destino,
imerso nas agonias dos sentidos...
Na escuridão,
meu olhar vaga,
tateia o breu,
busca uma luminária,
gelado pelo vento,
torpe pela dor,
anestesiado pela vida,
respiração contida,
nada parece certo,
esvaindo-se nessa tempestade ideias,
o que eu seria,
o que eu faria,
o que eu poderia,
se você estivesse aqui...
Seguindo marcas passadas,
sombras em cavernas de Platão,
como um Zaratustra sem destino,
imerso nas agonias dos sentidos...