Erma de face direta, olhar corajoso traído o sonho nefasto
      Com você uns debéis sinais das mãos que só confortam
      O estar conforme a doce melodia que se reparte dolorida
      Numa morte sonolenta desejar mais caro do humanizar-se
      Teu amor diligente num carrear-se das lágrimas distantes
      Sofrimento como pendor de que olhará as ruínas fendidas
      E sofrerá a dor atômica dos olhares vítreos do pesadelo

      Cálida e calada, sorria devagar como aprendeu silenciada
      Ver morrer os doutores e doentes das cidades fantasticas
      De um cogumelo espantoso de ardores sem amores frios
      O enfarte de segredos dos corações, dores que assiste     
      Na glória de seus pesadelos vitoriosos, queridas tumbas
      Teu olhar que viu o abismo entornado nos mil infernos
      Poeira irradiada que te mancharia a vitória de sua vida 
 
      Alguém que a vê não lhe censurará da vida sobrevivida
      A concorrida luta da vida que te conspira nuclear jogatinas
      Viste na encobertada infâmia dos cegos a fome dos filhos
      Colhes na sinecura de uma religiosa mentira desavisada
      A chorar imenso entre favores e chuvas negras seminadas
      Sua face a despertar a poeira de seus olhos já farsantes
      Um deserto de temores que revivem um passado santo

      Ela que veio, o rosto a fugir da ilusão, no delicado rosário     
      Flores de mistérios empertigadas em folhas verdes nuas
      O desencanto de sofrer sem ninguém a desesperar faminta
      Sua verdade é a de quem assiste a desilusão sem cenários
      Parte de si a conjugar a vida que atomizada se feriu demais
      Um jeito de vir como a desembaraçar vidas lamentadas
      Querer ser o que te adverte um cavaleiro despido falecido
      
      De olhares imensos a ver o despertar dos caídos na areia
      Sua vontade de curar si mesmo que outros já adoeceram
      Aos rés do chão elementar ou roído por vermes radiantes
      A gente que se perdeu na agonia dos angustiados rudes
      A vontade lhe resta pra confortar os que agora tombam
      Suadas em mãos cansadas, perdida com salvaguarda vã
      Esta que nos brilhará insurgente na escuridão diamantina!

     
Jurubiara Zeloso Amado
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 09/10/2016
Reeditado em 09/10/2016
Código do texto: T5786346
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