Isolamento.
A confusão da alma pede um tempo,
um tempo que se faz necessário ter.
A insanidade que a perdoe,
Ainda não quer enlouquecer.
O resto de vinho evaporando da taça,
A faz lembrar do que se quebrou.
Tudo em sua alma vira fumaça,
Incluindo o amor que a dominou.
Pouco ela fala de sua tristeza,
Prefere o escrito com delicadeza.
No papel se transfere com o coração,
Aonde não é preciso ter sempre razão.
Erra convicta de um dia acertar.
Não tem de ser já ou semana que vem.
Sabe que ainda há de chegar
O tempo de não se tratar com desdém.
Sente na pele o peso da alma.
Pede aos céus mais dias de calma.
E das asas que leva agora nos ombros,
Deseja que não restem só escombros.
Se deseja algo além dessa vida,
É seguir seu destino de amor eterno.
E tendo de se conformar com a partida,
Que sua alma siga direto pro inferno.
Mesmo que o Anjo não mais a proteja,
Ainda o chama quando olha pro mar.
Onda após onda o que ela deseja,
É que não a esqueça quando se isolar.