Isolamento.

A confusão da alma pede um tempo,

um tempo que se faz necessário ter.

A insanidade que a perdoe,

Ainda não quer enlouquecer.

O resto de vinho evaporando da taça,

A faz lembrar do que se quebrou.

Tudo em sua alma vira fumaça,

Incluindo o amor que a dominou.

Pouco ela fala de sua tristeza,

Prefere o escrito com delicadeza.

No papel se transfere com o coração,

Aonde não é preciso ter sempre razão.

Erra convicta de um dia acertar.

Não tem de ser já ou semana que vem.

Sabe que ainda há de chegar

O tempo de não se tratar com desdém.

Sente na pele o peso da alma.

Pede aos céus mais dias de calma.

E das asas que leva agora nos ombros,

Deseja que não restem só escombros.

Se deseja algo além dessa vida,

É seguir seu destino de amor eterno.

E tendo de se conformar com a partida,

Que sua alma siga direto pro inferno.

Mesmo que o Anjo não mais a proteja,

Ainda o chama quando olha pro mar.

Onda após onda o que ela deseja,

É que não a esqueça quando se isolar.

Isabel Cristina Oller
Enviado por Isabel Cristina Oller em 04/10/2016
Reeditado em 04/10/2016
Código do texto: T5781168
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