Carícias à solidão...

Sandra M. Julio

No desabrochar de cada flor,

Encontro-te num perfume chamado saudade...

Quando compactuo com teu silêncio,

desperto a carência adormecida em lágrimas...

Expondo-me ao universo, em palavras

desalinhadas sobre a entorpecida razão.

Ousada, a solidão cintila nos braços da noite,

No decorrer da existência que aprisiona sonhos e devaneios.

Ruboriza-se a face do tempo...

Numa última curva do caminho,

onde palavras esquecem de ser ditas.

Quem sabe por não saber...

Ou não poder dizer...

Na nudez do espelho encontro-me matizada

em réstias do amanhecer,

Agasalhada pelo consorte da tua ausência

a infundir em cada sentimento, em cada pensamento...

O acre sabor de morte, quando me ofereço

em carícias à solidão.

Sandra

14/11/04

Sandra M Julio
Enviado por Sandra M Julio em 24/07/2007
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