Mal interpretado
Não se trata apenas do estado de vigília
Os sonhos dos quais desperto também são estranhos
Passam mensagens claras da pura confusão em que vivo
Da pura confusão em que me meti
Na garganta deste redemoinho do meu rio São Francisco
Eu vivo a me afogar
Feito Domingos eu me arrisco
Nos meus sonhos vigilantes
Que não negam todo o desejo da novidade
Da imprudência que me proponho pelo excesso de coragem
Eu risco o fogo, calor e luz todos desejam
Se queimar eu não apago
Trato a ferida e mudo o lado do qual o vento não será cruel
Mas não apago a chama que me ensina
Que a vida não vale à pena
Se for para viver ás cegas e morna ou fria
E mesmo que eu vá derrepente
Irei tão lindamente
Assim como Domingos
Com a chama da vida acesa
Nós atos de coragem que tantas vezes cometi.