O lado sombrio.
O lado obscuro.
O mistério dos mistérios...
A cova mais profunda.
A pedra mais pesada...
O desejo de morte e de vida.
A roda da fortuna.
O laço, o nó e a forca
Os restos de cartas,
fragmentos poéticos.
Rimas desencontradas...
paradoxos convexos...
sílabas tartamudas
a retrucar com as angústias
e a alma replicando o noir
no cenário de penumbra...
A luz que mostra...
A sombra que encobre
O segredo que se revela
A mágica, a sedução e misericórdia...
O anjo caído.
O filho traído.
O tropeço vendido.
Somos todos nós...
A duelar com ying e yang
A tripudiar as fronteiras
do conhecido
e a penetrar nas alcovas,
nos silêncios,
nos enigmas disfarçados de
brincadeira...
Talvez a dor do outro
Talvez a morte do outro
Talvez o outro
Seja exatamente nossa projeção...
ortogonal e direta...
oblíqua ou transversal
mas de alguma forma,
nas bizarrices domésticas.
Traduzimos rezas.
Traduzimos profecias.
Traduzimos lendas.
Traduzimos diabretes
encantados como gnomos,
fadas, sacis ou caipora.
E se eu lhe desse amor?
Ao invés de repugnância.
E se eu lhe devotasse o perdão?
Ao invés de medo.
E se na iluminura eu lhe trouxesse
a elevação?
Talvez as trevas fossem apenas
um palco...
Onde o foco de luz
traz à razão
a existência humana.
Inumana e metabólica.