Poesia de escada e corredor
Sou perdido pelo fôlego
Meus olhos inteiramente cegos
Inteiramente sem sentido
Espírito corrompido
Eu tenho um certo medo
De sair tão cedo
E o meu corpo virar poeira
Ser derrubado na beira
Vou dançando pelos cantos
Sou um que fico em recantos
Talvez minha luz seja limitada
Ao acaso de minha vida espelhada
Fecho-me num lugar vazio
Eu me perco em todos os desvios
Não me sinto a vontade de partilhar
O que meu coração pode encontrar
Nas escadas, vem o meu labirinto
Os degraus viram meu esconderijo
E as minhas palavras parecem desprendidas
Talvez não tenha percebido
Eu viajo no ventos fortes e frios
A vontade de ficar sozinho
Ninguém precisa entrar
A minha vida é um desandar
Feito de escritas
O desejo de confessar
Aquilo que não como nadar
Dentro de mim e pousar