ESTRADA TORTUOSA
Vagando por estradas tortuosas,
Temo que o meu ser esteja a petrificar,
Pois, vejo as dores em essências gloriosas,
Mas não quero da paixão me anestesiar.
Caminhando pelas estradas do sertão,
Vejo-me como peregrino em meus escombros,
Em território desconhecido dominado pela solidão,
Carrego o peso do destino em meus ombros.
A mim pertencem as dores de minha tortura,
E com ela o temor do tempo que passa sem piedade,
Trazendo o cansaço existencial regado em lágrimas puras,
Alimentado a cada alvorecer com refeições de saudade.
Inquieto a bailar disfarçando a luta sem escudos,
Em meio à multidão de faces tristes e doloridas,
Vejo a esperança limitada em cercas e muros
E um horizonte nublado sem cores, sem vida.