Palavras Repetidas
O silêncio devora as entranhas
Tanto tempo se passou por nada
Eu vivo no entorpecimento agora
Sem poder mudar o que não fiz
Caminhando pelas ruas escuras
Seu fantasma ainda me assombra
Eles perguntam "onde ela está?"
Desculpe mas não posso responder
O vinho barato já não faz mais efeito
Todo mundo está mudando, você sabe
Estou aqui empacado nesse velho curral
Os vaga-lumes não voam mais por mim
Eu sei que as minhas palavras estúpidas
Estão apenas se repetindo indefinidamente
E o meu quintal continua tão sujo quanto antes
Sem salvação sigo essa trilha que me restou
Não estou tão bem, mas obrigado por perguntar
Debaixo dos músculos e veias existe algo maior
Algo que nunca será descoberto, não por nós
Me deixe dormir, um ano ou dois, faz diferença?
Veja os santos caindo de seus altares
Espatifando-se em pedaços de gesso
Não faz muito sentido se você pensar
Mas estamos aqui nessa bagunça
Quebrando as luzes que restaram
E as palavras que um dia usou tão bem
Ecoam e se perdem no frio escuro
Jamais me alcançarão novamente.