Quarto Escuro

Quarto Escuro

Neste quarto escuro,

Pleno de solidão,

Frio deserto do sonho.

Nota de tom inseguro,

Aí navega ilusão,

Cercada do medonho.

Escoam-se as horas,

Agonizando o sono -

Tenazes de tortura.

Aos flancos, as esporas,

Montando o abandono,

Gemendo de amargura.

Debate-se no tormento,

Este corpo errante,

Em leito desconforto.

Feridas sem unguento,

Fome, sede, de amante,

Casco de nau sem porto.

A mente corre veloz,

Como rio para a foz,

Na tua imagem de ninfa.

Fervilha - vulcão - a linfa,

Na tela - pose nua,

De uma carícia crua.

E a manhã desperta,

O esboço se esvai,

Da ilusão sonhada.

Aguarela coberta,

O pano-cena cai,

Vem! Vem, noite amada!

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Poeta sem Alma
Enviado por Poeta sem Alma em 26/07/2016
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