Lâmpada
Milton Pires
Porto Alegre, 8 graus,
noite gelada, hora parada
em que os fantasmas meus,
de remorsos mortos, vivos
emergem do mundo esquecido
Tudo guarda recado temido
quando sinto nas esquinas
desertas vento inquieto por
estar aqui, por estar presente,
por ser consciente, dividindo
comigo o eterno devir…
Só uma lâmpada teima
em dar luz, seu gás é
ainda perdão do Deus
que aqui me conduz
(julho de 16)